23 dias viajando de motorhome pela Nova Zelândia (Mapa da viagem)

A Nova Zelândia

É um lugar mágico, pois, além de estar isolada entre o Pacífico sul e o mar da Tasmânia, é um universo que reúne todas as atrações em uma só área, considerada a capital mundial dos esportes radicais.
Pode-se caminhar nas margens de vulcões ativos ou em remotas selvas virgens, através de gêiser e fontes termais ou de bosques verdejantes com as árvores mais velhas da terra.
Também nadar com golfinhos, avistar baleias, ver como uma geleira desce sobre a selva, pescar trutas em igarapés cristalinos e contemplar pinguins, golfinhos  e focas em volta de embarcações, enquanto se adentram em fiordes escondidos.
Em poucas horas estar em cidades modernas, com o luxo e conforto das melhores do mundo.
A viagem a Nova Zelândia faz parte do meu projeto de viagem a volta do mundo.

Veja aqui como foi minha viagem a volta do mundo.

O planejamento

Como gosto muito de aventura ao ar livre e a Nova Zelândia é o paraíso para isto planejei em conhecer o máximo possível.
Embora seja um país relativamente pequeno locomover-se de uma atração para outra requer um planejamento muito grande e se perde muito tempo.
Pesquisando descobri que a infraestrutura para viajar de motorhome é incrível. Eles têm as mais variados opções para qualquer bolso.
Fazendo com o que seja muito mais simples e barato estar motorizado.
Eu tinha um sonho de viajar desta forma, então uni o útil ao agradável. Estava inicialmente indo com os campervans, pois, são simples e muito baratos. Meu filho resolveu ir comigo e então fiz um belo upgrade. Primeiro reservei este.
Depois, devido a problemas no motorhome, porém antes de minha chegada recebi um novo upgrade para este.

A chegada a Auckland

Chegamos via Santiago, no Chile, e após 13 horas de voo, uma de nossas malas não apareceu. A sorte foi que era a de equipamentos e não as de roupas.

Primeiro: Ficamos umas 2 horas esperando,  depois fizemos os documentos, mas como iríamos pegar um motorhome, não tínhamos um lugar fixo.

Segundo: A empresa do motorhome ficou de ir buscar no aeroporto e não apareceu, como era muito cedo, ficamos esperando até conseguir falar com eles.

Terceiro: Eles não tinham como ir nos pegar e solicitaram que pegássemos um táxi, que eles pagariam, porém nenhum queria, pois, era muito perto e se perdessem o lugar na fila, demoraria a pegar outra corrida. Muitas discuções e conseguimos pegar um táxi.

Fiquei imaginando que seria as férias muito ruins.

Para nossa sorte, estes foram todos os problemas em 23 dias de viagem.

Pegar o Motorhome

Depois de resolvido a questão do táxi, chegamos para pegar o motorhome.

Uma mansão sobre rodas.

Tem duas camas de casal, cozinha completa, banheiro e chuveiro separados e uma sala de estar confortável. Acomoda 4 pessoas muito bem e estávamos em duas. Com isso a autonomia foi muito grande.

Vou escrever sobre como escolher o motorhome em outro post.

Tivemos dificuldades, pois, além de ser mão inglesa, ou seja, dirigir do outro lado da rua, ele ainda era grande 7,5 metros.
Paramos em um supermercado no caminho para comprar comida, bebida e tudo que precisaríamos para os próximos dias.
Tem um estacionamento bem perto do centro da cidade, Z Pier, que aceita motorhome. Estacionamos e este seria nossa casa pelos próximos dias.
Lembra-se da mala perdida? Depois de idas e vindas a cia aérea levou a mala para a central de administração do Z Pier e fomos lá buscar.

Auckland

É a maior cidade da Nova Zelândia, com mais de um milhão de habitantes.
Conhecida como as cidades das velas, devido aos esportes náuticos.
Oferece o melhor da gastronomia, cultura e esportes náuticos. Meus locais favoritos do centro incluem Wynyard Quarter, Viaduct Harbour e o recinto Britomart Auckland.
Quem gosta de museu a dica ir ao Museu de Auckland, que tem uma completa coleção de cultura e objetos maoríes, e o Museu Marítimo de Hobson Wharf, explorando mais de mil anos da história marinheira da Nova Zelândia.
Apenas caminhando conhecemos os mais importantes lugares da cidade.
Ao redor da cidade tem muitas outras opções, se quiser saber mais veja aqui.

Agora que recuperamos a mala perdida é hora de seguir caminho para o sul.
Um dos principais objetivos era conhecer O condado (The shire) do filme Senhor dos anéis.

The Shire (O condado).

Para min, que sou vidrado em tudo sobre O senhor dos Anéis.
Poder estar dentro do lugar onde foi filmado, grande parte das imagens externas do Condado, tanto da trilogia inicial quanto do The Hobbit foi muito emocionante.

Seguindo o caminho fomos para Rotorua.

Rotorua

É principalmente famosa por sua rica cultura maori e pela atividade geotérmica. Ela é o ponto de partida para se explorar tudo o que a região tem a oferecer.
Tem sido conhecida como a “Cidade do Enxofre”, devido à intensa atividade termal em toda a zona.
Em passeio pelo Lago Rotorua, irá visitar o povoado Maori de Ohinemutu, onde verá a Igreja Maori Anglicana da Santa Fé, maravilhosamente talhada e decorada com pinturas de artistas nativos.
Ficamos em um estacionamento bem no centro que possibilitou conhecer a cidade a pé.

Wai-O-Tapu Thermal Wonderland

Fomos visitar este parque geotérmico. Esculpido por atividades vulcânicas a milhares de anos e até hoje em evolução. É considerado a atração geotérmica mais colorida e diversificada da Nova Zelândia
Parece que está em outro planeta, a cada passo se encontra uma paisagem natural e singularmente diferente.
Toda a região está em cima do círculo de fogo do pacífico.

Mais informação aqui.

Hora de seguir para o sul.

Mas um de nossos objetivos era fazer uma das mais famosas travessias da Nova Zelândia, Tongariro Alpine Crossing.
Primeiro uma parada no rio Waikato para um passeio de jetboat.
Não demos muita sorte, pois, o tempo estava ruim e choveu no final, mais foi muito bom o passeio.

Seguindo viagem, passamos pela cidade de Taupo, onde tem um lago do mesmo nome.
Descansamos, almoçamos e seguimos para a Vila Whakapapa, onde começa o circuito.

Tongariro Alpine Crossing.

Uma das trilhas mais famosas do mundo. Como é um ambiente alpino a alteração no clima é rápida e drástica.
É fundamental estar bem preparado e consciente das dificuldades.
Devido a grande infraestrutura não considero difícil, mas para quem não tem experiência pode ser bastante desafiador.
Caminhada através de uma paisagem alpina vulcânica de contrastes dramáticos – gêiser, vales glaciais, fluxos de lava antigos, vegetação alpina e lagos de crateras vivas, todos com vistas deslumbrantes.

Mais informação aqui. 

Deixamos o motorhome no final da travessia e contratamos um transporte para o início. Assim quando chegássemos no final estaríamos em casa.  Depois de um dia de descanso fomos para Wellington.

WELLINGTON

Está situada no extremo sul da ilha do Norte, é a capital da Nova Zelândia. Entre seus maiores atrativos destaca-se o  Port Nicholson.
Cidade cosmopolita e ao mesmo parece do interior. Conseguimos um estacionamento, que estava a 200 metros da rua principal, bem no centro da cidade. Foi incrível estar no motorhome e mesmo assim no centro da cidade.
A melhor vista de Wellington  é do mirante no cume do Monte Vitória. Várias maneiras de acessar, mas o melhor é ir caminhando passando por bairros residenciais um subir em uma trilha através do parque.
Vale também uma visita aos jardins botânicos e ao zoo.
Aqui chega ao fim da ilha do Norte, agora é seguir ainda mais para o sul.

A travessia do estreito Cook

Só a travessia já foi uma experiência sui generis. A vista de Wellington do mar e a entrada do fiorde na ilha sul, são inesquecíveis.
Antes de chegar a Picton passa por Marlborough sounds um fiorde lindo com paisagens indescritíveis. Compõe-se de numerosas baías, ilhas, grutas e canais. As águas formaram profundos vales após as últimas glaciações

A ILHA DO SUL

Nosso primeiro objetivo era a cidade de Nelson

Picton é um vilarejo onde é a base da Ilha Sul para o serviço de balsa que liga as principais ilhas da Nova Zelândia. A cidade possui uma orla repleta de cafés, restaurantes e vários tipos de galerias.
Marlborough é à terra do vinho, na Nova Zelândia, existem mais de 40 vinícolas, lugar ideal para experimentar os vinhos locais.
Experimente a visita à Giesen, á Framingham, um almoço em meio aos vinhedos na Saint Clair Family Estate.
Existem vários estilos de passeios desde um carro com motorista a passeios de bicicleta.

Nelson

Famosa por ter os melhores artesãos do país é uma das cidades mais antigas, fundada em 1840 por imigrantes luteranos. A costa de Nelson está cheia de baías protegidas e praias muito seguras.
Nosso objetivo agora é chegar em Fox Glacier, mas devido à distância, paramos em Greymouth, para conhecer a cidade e dormir.
Depois de uma volta pela cidade, fomos para uma praia, onde passamos a noite.
Café da manhã, novo passeio pela cidade e seguimos caminho para Fox Glacier.

Fox glaciar

Nesta região, temos duas geleiras famosas a Franz Joseph e Fox Glacier.
Fomos para o Fox devido a ter uma amiga brasileira que se mudou para a Nova Zelândia e é guia de montanha.
A vila é muito pequena, encontramos a Bia, conversamos e no final do dia fomos para uma praia deserta a 20 km da cidade para passar a noite.
Voltamos no outro dia para um passeio de helicóptero na geleira.
Passeio fantástico e na volta mais umas cervejas e descansar, pois, teremos um dia longo para chegar em Queenstown.
Seguindo para o sul, até Haast, com uma parada para descanso e seguimos mais para o interior e chegamos a Wanaka, onde resolvemos passar a noite, pois, ainda levaria algumas horas para chegar em Queenstown.
Wanaka é um daqueles vilarejos que encanta a qualquer um, as margens do lago Wanaka é super parecida com Campos do Jordão de uns 20 anos atrás. É um refúgio para as pessoas da “grande” Queenstown.

QUEENSTOWN

Continuando para o sul chegamos em Queenstown, na beira do lago Wakatipu. Como se aproxima vindo das montanhas se tem umas belas paisagens do vale lá em baixo.
Se a nova Zelândia é a capital dos esportes radicais, Queenstown é o centro da capital.
Mais uma vez pegamos um lugar para o motorhome espetacular chama-se Queenstown Lakeview Holiday Park, como uma visão incrível da cidade e arredores a somente 400 metros do centro. Veja aqui.

Mais informação sobe a cidade

Embora a cidade seja pequena, cerca de 20 000 habitantes, ela tem uma ótima infraestrutura de bares, cafés e restaurantes.

Milford Sound

Um dos grandes objetivos, na ilha do sul, era fazer uma das melhores trilhas do mundo Milford track. Porém, estávamos acompanhando a meteorologia e não estava nada bom. Devido não estarmos na temporada também algumas pontes foram removidas e o volume de chuva deixava tudo muito perigoso.
Então decidimos apenas ir fazer o passeio de barco em Milford Sound. Devido a ter que dirigir umas 3 horas  para ir e o mesmo para voltar resolvemos pegar um ônibus turístico.
Depois, no caminho, redescobri a razão de não mais utilizar este tipo de transporte.  Mas foi muito mais confortável que dirigir 6 horas.

Veja sobre esta trilha aqui. 

O passeio de ônibus.

O ônibus é super confortável, leva umas 3 horas de Queenstown até Milford Sounds, onde pegamos um barco para fazer um tour pelos fiordes até chegar no mar da Tasmânia e voltar.
Da cidade de Te Anau até Milford é uma estrada lindíssima. Com vales, lagos e montanhas nevadas.
Embora o tempo na região não estava bom, confiamos na previsão do tempo e escolhemos o dia perfeito para visitar os fiordes.

Como tínhamos planejado 4 dias para a trilha e não foi possível resolvemos mudar o caminho e ir para Dunedin (do outro lado da ilha).

Dunedin

Conhecida como a Edimburgo da Nova Zelândia, é cercada por dramáticas colinas e ao pé de um longo e pitoresco porto, a vida noturna vibra com bares e ótimos restaurantes além das atrações naturais.
Subindo rumo ao norte e beirando a costa tem praias incríveis. No Farol de Katiki, pudemos ver uma colônia de  golfinhos estimados em uns 200, por pessoas locais.
Seguindo, paramos para almoçar em Moeraki para ver as praias com pedra redondas (Moeraki boulders) que ninguém sabe explicar como estão lá.
Agora entramos rumo ao interior com a intenção de ir à base do monte Cook.
Mas a previsão não ajudou. Entrei em contato com o parque que me informou que estava entrando uma frente fria com previsão de ventos de mais de 100 KM, na trilha, e com  isso estaria muito perigoso.
Novamente mudança de planos e fomos para o lago Tekapo.
Estava um frio de – 5 graus (a noite), não queria saber do frio que estaria no Monte Cook.
Infelizmente agora era iniciar a última jornada desta viagem. Estávamos seguindo para Christchurch

CHRISTCHURCH

A maior cidade da Ilha do Sul. Ela é chamada de a “cidade jardim” devido aos seus monumentais parques e jardins por toda a área metropolitana.
O centro da cidade é super moderna devido a um grande terremoto ter destruído quase totalmente o centro, um lugar vibrante e cosmopolita com festivais, teatro, galerias de arte moderna, cafés, restaurantes e ótimas lojas.
Embora algumas partes de Christchurch ainda estejam fechadas devido a danos causados pelo terremoto (principalmente o centro), a maioria das áreas ao redor da cidade está operando normalmente e as empresas de turismo estão abertas.

Bom foram 3 300 quilômetros, 23 dias e muitas aventuras, mas é hora de ir para casa.